Dimensões da alteridade em autobiografias espirituais femininas em portugal (séculos XVII-XVIII)
DOI:
https://doi.org/10.5944/rei.vol.3.2015.14815Palabras clave:
autobiografias espirituais, alteridade.Resumen
Este artigo centra-se nas narrativas autobiográficas de índole espiritual escritas por monjas – prática muito difundida no Portugal de seiscentos. Especial atenção é conferida à narrativa do eu amoroso, à descrição dos êxtases e visões extraordinárias que estas narrativas comportam. Partindo das propostas de Michel de Certeau e também de Luisa Muraro nos seus trabalhos dedicados à escrita mística, trata-se de perceber até que ponto esses textos portugueses de autoria feminina oferecem a possibilidade de pensar e articular diferentes espaços discursivos, configurando um discurso de alteridade. Traçando um espaço de enunciação híbrido, estas narrativas representam micro-operações de resistência face a um discurso hegemónico, abrindo para outras cartografias e outras formas possíveis de habitar o mundo.